quarta-feira, 2 de maio de 2012

O QUE REALMENTE IMPORTA

Resumindo o mês de janeiro:
Fomos eu, minha mãe e meu pai para Jaú para que ele fizesse um auto-transplante (autólogo) de medula óssea. Foi tudo bem difícil, mas Deus se mostrou em cada detalhe, aliviando meu pai e a nós em vários sentidos. Ele passou dos 90 dias de extremo cuidado de higiene aqui em casa, pois seu sistema imunológico estava quase zerado. Agora ele começou a fase de tomar as vacinas, como se ele tivesse "nascido de novo". Até "zé gotinha" vai ter de tomar... (risos). Por último ele fez uma punção no tórax para saber se se livrou completamente do mieloma, ou se vai precisar de mais quimioterapia. Estamos aguardando resposta da médica.
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Quanto a mim, estive muito bem neste período de grande tensão. Confiei em Deus e por isso fiquei tranquila. Tive meus momentos sim de ansiedade, mas logo Ele me consolava.
Por ficarmos um mês inteiro confinados a uma micro kit-net, comecei a ficar meio depressiva, mas então eu saía para dar uma volta, lia algum livro, enfim, me distraía e eu voltava ao normal.


Até abril eu estava bem, completei o tal ano sem depressão. Mas, como disse na postagem anterior, eu estava cheia de planos para começar a trabalhar (mesmo que voluntariamente) numa escola como conselheira. Estou tentando investir em propaganda para meu trabalho como Designer de Sobrancelhas e tinha um tal sonho meu de estudar em um seminário perto da minha cidade. Infelizmente o sistema de internato com quartos para várias alunas era um empecilho... sempre foi, pois para mim, é de SUMA importância que eu tenha boas noites de sono para não ter um surto da minha doença. Não consigo dormir com outras pessoas no quarto. Aqui em casa espero meus pais dormirem para ficar um tempo sozinha, em silêncio, a casa com pouca iluminação, desacelerando a mente aos poucos, para então conseguir dormir.
Eu tinha esperança de conseguir ficar em alguma casa de  pessoas que conheço e que moram lá. Mas não deu. Ônibus para ir somente nos horários de estudos NÃO TEM. 
Enfim, INÚMERAS coisas que tinham barreiras enormes e intransponíveis se colocaram à minha frente. Todas com um segundo propósito de ter algum tempo fora de casa, conhecer outras pessoas, ter um pouco de liberdade.
E eu simplesmente não gostei do que Deus estava fazendo comigo e me ressenti Dele. Tinha noites que chorava inconsolavelmente por não entender o por quê de Deus trancar TODAS as portas de TODOS os meus sonhos. E então entrei em depressão. Interessante como é fácil para mim confiar em Deus quando se trata do problemas de pessoas ao meu redor, mas não consigo confiar quando é comigo.
Conversei com meu psiquiatra, já fazia tempos que eu precisava tirar o Pondera (antidepressivo) e trocar por outro remédio. Agora estou tomando Serenata e parece estar ajudando. Mas o que ajudou mesmo foi depois que eu tive umas conversas com duas amigas minhas, a Vanilda e a Aline. Eu finalmente entendi que não está na hora de procurar por outras coisas, mas de me esforçar e dar  o meu melhor naquilo que já me foi confiado. E isso realmente me libertou.
Chega de pensar no que OS OUTROS vão pensar pelo fato de eu ter 26 anos, morar com meus pais e estar desempregada. Vou me esmerar em ajudar minha mãe a cuidar da casa, fortalecendo assim o meu físico, aprender a cozinhar coisas mais complicadas, mas principalmente cuidar do ministério infantil que tenho na minha igreja. Eu estudei pedagogia (apesar de ainda não ter terminado) e não estou aplicando meus conhecimentos no que eu tenho na minha frente! Realmente, estava sendo relaxada, e isso é super difícil de admitir... Agora estou decorando a salinha das crianças, comprei livros para ajudar nas aulas e estou criando uma apostila temática para esse ano (depois posto o link com as imagens).
Também estou cumprindo uma promessa que fiz para mim mesma: organizar meu guarda-roupas e o quarto em geral. Tenho um armário só para mim desde os 14 anos e, nessa época até meados dos meus 19 anos, eu era uma forte candidata a ser, futuramente, uma acumuladora compulsiva. Tinha apego emocional por tudo que tinha alguma lembrança por trás. Mas ainda bem Deus mudou isso em mim e desde então venho eliminando a tralha que tinha guardado. Doei um monte de roupas que não usava havia muito tempo, joguei fora sacos e mais sacos de lixo fora. Atualmente, o que falta é organizar o que sobrou, e ainda jogar algumas coisas fora se for preciso. Por que demorei tanto tempo ( 7 anos) e ainda não consegui arrumar tudo? Não, não é porque a tralha era gigantesca, mas a minha mania que querer terminar logo no mesmo dia o que comecei. Então eu ficava acabada e toda vez que pensava em arrumar o guarda-roupas me dava um aperto no estômago só de pensar que eu ficaria na arrumação por umas 5 ou 6 horas direto, pulando refeição e tudo...  Eis que agora tenho um novo lema: "Melhor fazer aos poucos e bem-feito do que fazer tudo de uma só vez e acabar não fazendo nada." . E as coisas estão andando! Eu arrumo uma caixa num dia, uma parte do material de artesanato no outro, depois arrumo uma porta do armário... E não é que está ficando tudo arrumadinho?!


Em resumo, estou melhor, mais ativa (com propósitos palpáveis) e de bem com Deus, o que é melhor de tudo!